Parabola do perdão (4ª Parte)

Quarta parte

O guerreiro não entendeu, mas não podia contrariar, nem forçar o mestre a aceita-lo, então só lhe restava seguir em frente, tentou viver sem os ensinamentos e a companhia do mestre, mas a cada dia ele via que não estava pronto para a vida sem o mestre, ele era uma peça muito importante de sua vida, e voltou à casa do mestre.
-Mestre, sei que não me aceitas mais, porém eu queria que você pensasse em reconsiderar. Propôs.
-Por enquanto não, tenha paciência nobre guerreiro, nunca lhe disse que seria para sempre, mas também controle-se e mantenha a calma, quem sabe um dia você volta a me seguir, se é tão importante para você.
-Tudo bem, tentarei ser um guerreiro melhor ainda, e o senhor me aceitará. Disse o guerreiro já deixando a casa do mestre.
O tempo passou e o guerreiro pensou muito em tudo, pensou no que tinha feito, no mestre, e em como contar do outro mestre sem feri-lo, e se contar ou não, o tempo foi passando mas o guerreiro não esquecia, não descansava, pensava em como seria alguém que o mestre aceitaria, o que precisaria mudar, o que precisava ser melhorado em seu caráter, o que fosse preciso, ele faria.
Um dia o mestre foi à casa do guerreiro, disse que trataria de um assunto sério, o guerreiro imaginou que o mestre iria expulsa-lo para sempre, pensou em milhares de motivos para o mestre estar ali, menos o motivo real que o levara, chegando, o mestre foi seco.
- Você não é o guerreiro perfeito do qual imaginava, você cometeu um erro imperdoável, agora mais do que nunca você não merece ser meu pupilo.
- O que poderia ser imperdoável mestre? Eu sempre fiz o impossível para que me você me visse como o melhor guerreiro, sempre fiz de tudo.
- Durante o caminho de teste, você me traiu, recebeu ensinamentos de outra pessoa, alguém que não pode ser chamado nem de mestre, pois vive nas colinas escondido em uma tapera.
- Mas mestre, eu estava em uma situação deplorável, ele apareceu e eu não fui capaz de negar, sei que errei, porem não acho motivo este suficiente para que me renegues.
- Você conhece o código, sabe que esse tipo de erro é imperdoável, agora todos na floresta sabem do seu erro, todos sabem que você me traiu.
- Mestre, assim como todos sabem de meu erro, todos sabem de minha lealdade, todos sabem que sempre fui o guerreiro que mais se esforçou para que o senhor me aceitasse, eu sempre tentei ser um melhor, foi um erro impensado.
- Você não é mais uma criança, sabe que suas ações sempre terão uma conseqüência.
- Às vezes nosso corpo e mente nos traem de uma maneira inadvertida, errei eu sei, mas nenhum erro é imperdoável.
- Vá e não volte mais. Concluiu o mestre.
O guerreiro desolado se foi, pensando que o mestre um dia iria perdoá-lo.

Quinta parte em breve