sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Cancelamento do carnaval, ignorância, oportunismo e burrice.

Em tempos de calamidade vemos as mais sinceras manifestações, tanto para o lado bom quanto para o lado ruim, pessoas se sensibilizam, ajudam, manifestam apoio incondicional, enfim, diversas formas de ajudar são encontradas, mas, por incrível que pareça, o que a maioria das pessoas não faz é ajudar.


Eu sei que é fácil se sensibilizar com essa situação, essa certamente vai ser a maior enchente pela qual o nosso estado vai passar, e, mesmo sendo pego de surpresa, o estado está “preparado”. Digo preparado em termos, por que nunca estamos completamente preparados para uma tragédia dessas proporções, estaríamos se no decorrer da historia os governantes passados tivessem tomados mediadas que evitariam essa situação, como retirar as pessoas que moram nas encostas e fiscalizar para que elas ou outras pessoas se instalassem lá novamente, ou até medidas mais drásticas, como um represamento do rio.

Um problema sério que sempre acontece em tragédias de grandes proporções é que a boa vontade em ajudar ou dar opiniões pode se transformar em uma faca de dois gumes, ontem, dia 17 de fevereiro, a excelentíssima juíza Mirla Cutrim publicou uma postagem em seu perfil do Facebook que foi amplamente compartilhada, a postagem comentava sobre a SUA OPNIÃO de cancelar o carnaval e “usar os recursos que seriam gastos na folia” com os desabrigados, isso gerou uma avalanche de opiniões na rede social, tanto contra como a favor, despertando os que eu chamo de “reacionários de sofá”.

Os Reacionários de Sofá surgiram junto com a popularização da internet e com as redes sociais, o Twitter e o Facebook foram criados para aproximar as pessoas, porém ultimamente tem servido para dezenas de outras finalidades, como essa. Esses “reacionários” aparecem sempre que alguma coisa que tem grande repercussão aparece na mídia ou na própria rede social, eles sempre manifestam o apoio ou simplesmente condenam, as vezes de maneira ridícula, o fato.

Tudo bem, isso é um direito, e todos tem esse direito constitucional e socialmente falando, porém o bom senso as vezes some da mente de algumas pessoas e elas, tentando passar uma boa imagem ou simplesmente usar da situação para se promover, começam um movimento às vezes irracional pela rede, que FICA SOMENTE NO ÂMBITO VIRTUAL o que muitas vezes retira completamente o valor em si. 

Lógico que as redes sociais podem ajudar muito nesses casos, mas se forem bem usadas, quando são usadas somente como cabide para a autopromoção isso se torna muito mais um malefício.

Não estou dizendo que esse foi o caso da juíza, acho até que ela simplesmente deu uma opinião, o problema foram os ANIMAIS que usaram do cargo dela para dizer que isso era um hipótese provável e o pior, que era uma coisa boa, quando na verdade não seria, por dois simples motivos.

1- Cancelar o carnaval a essa altura (faltando dois dias para o inicio) seria de uma burrice sem precedentes, o estado teria muito mai prejuízos do que lucros, toda a estrutura está montada, músicos estão CONTRATADOS, assim como pessoal de apoio, enfim, seria um gasto de dinheiro que não ia ter nenhuma volta, não que o carnaval seja uma exemplo de como gastar o dinheiro publico, mas temos que admitir que essa é uma festa que já está na cultura do Brasil  e não tem como dizer o contrário, às vezes o carnaval é única festa do ano em que algumas pessoas realmente se libertam e se divertem, ao meu ver cancelar uma festa dessas seria uma burrice em todos os aspectos, seja cultural e econômica.

2- Temos uma tragédia, isso é um fato inegável, porém não devemos esquecer que existe sim uma estrutura formada todos os anos para amparar as pessoas que são acometidas pela cheia do Rio Acre, e o estado não vai deixar NENHUMA FAMILIA vai ficar sem atendimento, não vai faltar recursos para atender aos desabrigados por causa do carnaval, uma calamidade dessas recebe não só recursos municipais como estaduais e federais.

O que aconteceu com alguns em defender esse “cancelamento” foi Oportunismo, ignorância (pelo não conhecimento mesmo) ou simplesmente burrice.

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