Em tempos de calamidade vemos as mais sinceras
manifestações, tanto para o lado bom quanto para o lado ruim, pessoas se
sensibilizam, ajudam, manifestam apoio incondicional, enfim, diversas formas de
ajudar são encontradas, mas, por incrível que pareça, o que a maioria das pessoas
não faz é ajudar.
Eu sei que é fácil se sensibilizar com essa situação, essa
certamente vai ser a maior enchente pela qual o nosso estado vai passar, e,
mesmo sendo pego de surpresa, o estado está “preparado”. Digo preparado em
termos, por que nunca estamos completamente preparados para uma tragédia dessas
proporções, estaríamos se no decorrer da historia os governantes passados
tivessem tomados mediadas que evitariam essa situação, como retirar as pessoas
que moram nas encostas e fiscalizar para que elas ou outras pessoas se
instalassem lá novamente, ou até medidas mais drásticas, como um represamento
do rio.
Um problema sério que sempre acontece em tragédias de
grandes proporções é que a boa vontade em ajudar ou dar opiniões pode se
transformar em uma faca de dois gumes, ontem, dia 17 de fevereiro, a excelentíssima
juíza Mirla Cutrim publicou uma postagem em seu perfil do Facebook que foi
amplamente compartilhada, a postagem comentava sobre a SUA OPNIÃO de cancelar o
carnaval e “usar os recursos que seriam gastos na folia” com os desabrigados,
isso gerou uma avalanche de opiniões na rede social, tanto contra como a favor,
despertando os que eu chamo de “reacionários de sofá”.
Os Reacionários de Sofá surgiram junto com a popularização
da internet e com as redes sociais, o Twitter e o Facebook foram criados para
aproximar as pessoas, porém ultimamente tem servido para dezenas de outras
finalidades, como essa. Esses “reacionários” aparecem sempre que alguma coisa
que tem grande repercussão aparece na mídia ou na própria rede social, eles
sempre manifestam o apoio ou simplesmente condenam, as vezes de maneira ridícula,
o fato.
Tudo bem, isso é um direito, e todos tem esse direito
constitucional e socialmente falando, porém o bom senso as vezes some da mente
de algumas pessoas e elas, tentando passar uma boa imagem ou simplesmente usar
da situação para se promover, começam um movimento às vezes irracional pela
rede, que FICA SOMENTE NO ÂMBITO VIRTUAL o que muitas vezes retira
completamente o valor em si.
Lógico que as redes sociais podem ajudar muito
nesses casos, mas se forem bem usadas, quando são usadas somente como cabide
para a autopromoção isso se torna muito mais um malefício.
Não estou dizendo que esse foi o caso da juíza, acho até que
ela simplesmente deu uma opinião, o problema foram os ANIMAIS que usaram do
cargo dela para dizer que isso era um hipótese provável e o pior, que era uma
coisa boa, quando na verdade não seria, por dois simples motivos.
1- Cancelar o carnaval a essa altura (faltando dois dias
para o inicio) seria de uma burrice sem precedentes, o estado teria muito mai prejuízos
do que lucros, toda a estrutura está montada, músicos estão CONTRATADOS, assim
como pessoal de apoio, enfim, seria um gasto de dinheiro que não ia ter nenhuma
volta, não que o carnaval seja uma exemplo de como gastar o dinheiro publico,
mas temos que admitir que essa é uma festa que já está na cultura do Brasil e não tem como dizer o contrário, às vezes o
carnaval é única festa do ano em que algumas pessoas realmente se libertam e se
divertem, ao meu ver cancelar uma festa dessas seria uma burrice em todos os
aspectos, seja cultural e econômica.
2- Temos uma tragédia, isso é um fato inegável, porém não devemos
esquecer que existe sim uma estrutura formada todos os anos para amparar as
pessoas que são acometidas pela cheia do Rio Acre, e o estado não vai deixar
NENHUMA FAMILIA vai ficar sem atendimento, não vai faltar recursos para atender
aos desabrigados por causa do carnaval, uma calamidade dessas recebe não só
recursos municipais como estaduais e federais.
O que aconteceu com alguns em defender esse “cancelamento” foi
Oportunismo, ignorância (pelo não conhecimento mesmo) ou simplesmente burrice.
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