sexta-feira, 19 de junho de 2009

É seguir a receita e partir pro abraço.

"Existem muitos chefes de cozinha, mas pra saber cozinhar, não precisa ter faculdade"

Foi com essa comparação ridícula, que um dos ministros do Supremo tribunal federal defendeu a sua tese que para ser jornalista não precisaria de faculdade, pensando bem eu concordo com ele, de que vale quatro anos de faculdade? estudando sociologia, lendo Focault, Edgar Morin, aprendendo a utilizar técnicas de escrita e fala da profissão e aperfeiçoando a norma culta da língua portuguesa? De nada vale as aulas de ética, que em tese nos ajudariam a ser jornalistas preocupados com a noticia apurando todos os lados envolvidos e não sendo completamente sensacionalistas...
Quer saber? Eu também acho que pra ser jornalista não precisa de faculdade, qualquer um pode escrever bem, se portar bem nas frentes das câmeras, entrevistar, revisar textos, produzir programas e tudo que um jornalista faz.
Partindo desse principio, e lendo alguns textos, eu concordo com o jornalista Gadelha Neto..
“A respeitabilíssima profissão de advogado e o não menos respeitável exercício do cargo de juiz pressupõem qualquer conhecimento técnico ou científico. Portanto me avoco o direito (e, mesmo, a obrigação), já que assim está decidido, de defender a sociedade brasileira diante dos tribunais e na própria condução de julgamentos.
Além de ser alfabetizado e, portanto, apto a ler, entender, decorar e interpretar nossos códigos e leis, tenho 52 anos (o que me dá experiência de vida e discernimento sobre o certo e o errado) e estudei - durante o curso de jornalismo (!) - filosofia, direito, psicologia social, antropologia e ética - entre outras disciplinas tão importantes quanto culinária ou moda: redação em jornalismo, estética e comunicação de massa, radiojornalismo, telejornalismo, jornalismo impresso etc.
Com essa bagagem e muita disposição, posso me dedicar aos estudos e concorrer às vagas de juiz pelo Brasil afora, em pé de igualdade com os colegas advogados. Também posso pagar e me dedicar aos cursos especializados em concursos públicos para o cargo, se eu julgar necessário. E não é justo que me exijam, em momento algum, qualquer diploma ao candidatar-me ao cargo.
Afinal, se a pena de um jornalista não pode causar mal à sociedade (!!?), a de um juiz também não teria este poder de fogo. As leis - e elas são justas em si - existem para serem cumpridas e cabe a um juiz, tão somente - usando da simplicidade do STF - seguir a "receita de bolo" descrita pelos nossos códigos. Assim sendo, um juiz não pode causar mal algum a ninguém, se seguir, estritamente, o que determina a lei. Concordamos?”

Sim Gadelha, eu concordo, para ser jornalista, não é preciso de diploma, basta saber ler e escrever (alguns “jornalistas” nem precisam nem saber escrever, basta saber o ctrl c + ctrl v e já ta valendo) que já se pode fazer tudo que nós, que passamos quatro anos em um banco de faculdade lendo e escrevendo feitos loucos varridos fazem, e porque não ser um advogado ou ministro do magnânimo Supremo Tribunal Federal? Eu tenho certeza que consigo absolver quem eu quiser, nesse pais onde as leis tem mais brechas que uma cerca mal feita, se pra ser jornalista é só seguir um receita de bolo, para ser ministro do Supremo Tribunal Federal é só seguir a constituição (hoje em dia menos prezada que a receita de alguns bolos.)



“Com o fim do Diploma para o exercício da profissão, o Jornalista sério, ético e competente, morreu ontem, 17 de junho de 2009, às 20h14, de falência múltipla de órgãos, na mesa de cirurgia do Supremo Tribunal Federal.” Guilherme Cardoso no Jornal O Globo.

Nenhum comentário: