terça-feira, 8 de novembro de 2011

Porque não sou à favor da "lei Seca"

Vou iniciar esse texto com uma máxima que TODO MUNDO com mais de 2 neurônios sabe: Ninguém reage da mesma forma a ingestão de álcool. 

Partindo dessa premissa, eu posso, sem sombra de dúvidas, dizer que a "lei seca" é um dos maiores erros da nossa legislação, e olha que o conjunto de leis do Brasil é um dos mais complicados, defeituosos e atrasados do mundo, porém a essa "tolerância zero" vai e encontro a todos os direitos e, principalmente contra a inteligência de todos nós.

Em 2009 eu senti na pele o que é ser "vitima" de um condutor que, irresponsavelmente, estava dirigindo completamente embriagado, mas nem por isso apoio essa lei ridícula, e sem sentido. SIM, EU SOU A FAVOR DE UMA FISCALIZAÇÃO E SOU CONTRA QUEM DIRIGE EMBRIAGADO, mas ao usar a palavra embriagado, rapidamente separamos os homens dos meninos.

Eu, por exemplo, (não sou nem quero ser exemplo de conduta para ninguém, apenas um exemplo de que álcool e direção podem conviver em harmonia) bebo desde os 16 anos, e a partir dos 19 comecei a dirigir, como não tenho motorista particular, e como 98% dos brasileiros não tenho dinheiro para me divertir e pagar as tarifas abusivas de táxi ao mesmo tempo, desde então bebo e dirijo, E DESDE ENTÃO NUNCA PROVOQUEI ACIDENTES POR QUE ESTAVA BÊBADO.

Meu pai já provocou vários acidentes por causa do álcool (ainda bem que sem nenhuma vitima fatal), e tive esse mau exemplo dentro da minha própria casa, então sempre tive a consciência de que, se eu precisar dirigir, bebo somente até o ponto que ainda tenho lucidez suficiente para voltar pra casa sem matar ninguém, e assim tenho vivido sem provocar NENHUM acidente por causa do álcool há mais de 6 anos.

O problema é que nem todos são que nem eu e meus amigos (que também NUNCA provocaram acidentes por causa do álcool), e alguns seres desprovidos de massa encefálica acabam dirigindo ainda mais irresponsavelmente quando estão sobre o efeito do álcool.

Exemplo prático: Duas pessoas depois de submetidas a mesma quantidade de alcool, vamos botar o exemplo de uma "caxinha" (doze latas de  350ml) conheço pessoas que depois dessa quantidade continua COMPLETAMENTE NORMAL, SEJA FISICA OU PSICOLOGICAMENTE, já outras que, com até menos, já precisariam até de glicose na veia.

Onde eu quero chegar:

Como eu disse anteriormente, ninguém reage igual ao álcool, portanto é de uma burrice descomunal igualar todos a uma determinada marca, e ainda mais quando essa marca é ZERO. Assim além de estar igualando todos a um mesmo limite (ridículo) de ingestão de álcool, ainda, na minha opinião, priva o cidadão muitas vezes de bem, que trabalha o dia e as vezes a semana inteira como um escravo, com uma remuneração desproporcional a carga de estress a que é submetido, do direito sagrado de ir e vir, sendo que, por, de certa forma, uma imposição do estado (salário ridículo, carga de impostos altíssima e etc) não tem como pegar um táxi, ou outro meio de locomoção para ir a uma festa ou um bar se distrair depois de uma semana de semi escravidão.

Uma coisa é certa: Quem é acostumado a beber consegue dirigir bêbado, mas ninguem consegue dirigir embriagado, essa é a sutil diferença. A alternativa seria testes alternativos, como já é usado em alguns estados dos EUA: Com uma simples linha no chão, o motorista é forçado a andar em linha reta por sobre a reta desenhada/colocada no chão, se não conseguir satisfatoriamente é um sinal notório de embriaguez, e será passível de multa, prisão ou qualquer outra sanção legal cabivel. Essa é apenas uma das muitas formas que existem de fiscalizar quem dirige embriagado.

Agora prender e multar trabalhadores por uma ou duas garrafas de cerveja é um completo absurdo.

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